Instituto Rio Moda: a Casa do Saber da moda

quarta-feira, 19 de maio de 2021

A moda vai além de apenas criação e criatividade. É uma cadeia completa que engloba vários setores como, por exemplo, logística, finanças, design, e-commerce…

Entendendo que esse universo é complexo e composto por diversos processos, há 13 anos o Instituto Rio Moda vem trabalhando na capacitação completa de profissionais na indústria da moda, por meio de uma educação diferenciada.

Muito além da conversa, em que só há quem fala e quem ouve, o Instituto acredita na prática e em um aprendizado mais livre em que todos compartilham seus saberes. Desde cursos on-line a eventos presenciais, tudo o que é feito possui um resultado concreto com atividades práticas.

A gente bateu um papo com Roberto Meireles, um dos fundadores do Rio Moda, junto com Alessandra Marins, para conhecer um pouco mais sobre o Instituto.

Confira abaixo!

Conheça um pouco sobre o Rio Moda

Fundado em 2008, o Rio Moda nasceu da ideia da jornalista Alessandra Marins que queria criar algo parecido com a Casa do Saber relacionado à moda. Então, chamou Roberto Meireles para ajudá-la a montar o business plan com sua experiência de criação de projeto e educação.

“Eu acabei mergulhando no projeto, a gente abriu o Rio Moda há 13 anos. Ou seja, eu não sou um cara que trabalha com moda, eu trabalho com educação, muito na área da moda, até pela força do nome. Mas não só… a gente atende alguns clientes que são de outros setores. Já atendi supermercados, setores de varejo que não estão relacionados a moda, a moda que se veste, porque, na verdade, ‘moda’ é um conceito muito amplo”, conta Roberto.

Antes de colocarem o projeto no mundo, Alessandra e Roberto passaram dois anos ouvindo e aprendendo não só os profissionais de moda como também do design, e-commerce, logística, finanças, gestão… Tudo isso para criar um projeto completo, que não deixasse nenhuma área que abrange a moda de fora.

De acordo com Roberto, um dos grandes diferenciais do Instituto é a forma que o conhecimento é compartilhado.

“O Instituto Rio Moda sempre foi uma coisa meio diferente, porque ele espelhava a minha própria vivência como profissional que fui aprendendo as coisas depois de já estar fazendo. Eu como engenheiro, virei gestor e fui estudar gestão. Eu como gestor, virei educador e fui estudar educação. Eu comecei a quebrar um pouco essa ideia na minha cabeça de que primeiro você aprende para depois fazer, depois você ser. O Rio Moda tem muito essa proposta, ele subverte as sequências. E, ao mesmo tempo, eu acho que a humanidade hoje em dia não é sequencial, o mundo não é mais sequencial. Com a educação é a mesma coisa, cada vez menos pessoas querem seguir uma sequência que o outro preparou, que o outro escolheu. As pessoas querem decidir. E o Rio Moda sempre teve essa proposta de criar uma estrutura livre, mas não solta, aleatória… Tem uma estrutura, modelo educacional, toda uma filosofia, uma série de arquétipos, de modelos,de referências conceituais que a gente articula. Mas não tem currículo, não tem professor e aluno, no sentido de que o professor é quem sabe e vai passar para o aluno. Não tem essa, todo mundo sabe, todo mundo pode trocar. Então, a gente cria um ambiente para que essa troca aconteça de maneira proveitosa”, afirma.

O grande propósito do Rio Moda é desenvolver competências profissionais das pessoas que trabalham na moda, visando a evolução dessa indústria. E muito mais do que apenas passar o conhecimento ou adquirir conhecimento de forma verbal, o Instituto tem a prática muito presente em todas as atividades desenvolvidas.

“O Rio Moda ressalta muito a questão da gestão na moda, porque a gente associa muito moda com criação, design, mas a gente entende a moda como uma cadeia completa. Então, tem que ter gestores. Aliás, de uns três anos para cá, nosso portfólio vem carregando mais esses temas de gestão, que têm que ser conciliados com temas de criação. A gente se formou ao longo de dois anos. Antes de existir o Rio Moda, ficamos ouvindo muita gente e não só a galera da moda, mas a galera do design, a galera da finanças, logística, e-commerce… porque a moda é uma cadeia completa e a gente quis ouvir antes de começar a atuar. O Rio Moda é muito conhecido pelos workshops, durante muitos anos foram as nossas atividades mais recorrentes, os info produtos existem há quatro anos, mas a gente tem enfatizado bastante sobre a importância dos info produtos, tanto os cursos online mais tradicionais como os cursos online com mentoria e fóruns online contínuo”, comenta.

Um pouco sobre Roberto Meireles

Antes de entrar no mundo da moda, Roberto Meireles se formou em engenharia naval, fez mestrado em administração e educação, foi coordenador de pós-graduação na Cândido Mendes em Ipanema e até já caminhou no universo da estamparia na época da faculdade.

“Fui engenheiro durante cinco anos e esses cinco anos foram na mesma empresa, uma empresa de consultoria que era muito focada em desenvolvimento de sistemas de gestão de manutenção. Isso foi na década de 80. Acabei virando gestor na empresa muito precocemente. Então, eu acabei entrando em uma de me validar mais como gestor e fui fazer mestrado em administração. Me formei em 90, na época do plano Collor. Naquele ano, o Brasil travou e não teve emprego para ninguém. Então, eu fui dar aula de Marketing na Cândido Mendes em Ipanema para sobreviver, fui dar aula pelo dinheiro. 

Quando entrei na Cândido, eu devia estar no lugar certo e na hroa certa, porque me chamaram para coordenar a área de pós-graduação que estava sendo criada. Acabei virando executivo de ensino por 14 anos. Lá pelo oitavo ano nessa história, resolvi fazer mestrado na área de educação, porque, muito semelhantemente, eu virei educador, mas não me sentia validado como educador.

A minha relação com a moda vem por conta da minha ex mulher que é jornalista, mas sempre trabalhou com moda. A ideia de criar o Instituto Rio Moda foi da Alessandra que entendia o Instituto como Casa do Saber da moda e me chamou” explica.

Roberto esteve no lançamento do Dropsimples, na fábrica da Dimona e relembrou a época em que fazia camisas no Fundão para vender e ajudar o pai que tinha quebrado o negócio pela segunda vez. Ele conta que abriu a estamparia com uma sócia e aprendeu a técnica com uma amiga de São Paulo que dava instruções de como fazer Silk Screen pelo telefone. 

“A gente sempre fazia camisetas que tinham a ver com o que estava acontecendo no ambiente universitário e as estampas sempre tinham a ver com uma postura crítica de estudante. E era muito curioso, porque a gente tinha uma coleção de estampas que eram peças de resistência. Gente que vinha da medicina comprar camisetas com a gente da engenharia, tinha gente que vinha da educação física comprar para revender. Fazia o maior sucesso. A gente também fez camisas para empresas, festas de fim de ano… Foi muito bom, era um negócio super à vista. Todo dia, praticamente, eu ia para o Saara  comprar camiseta, todo dia eu estampava camiseta, todo dia eu vendia camiseta. Era quase como o que os nossos amigos na Dimona fazem, né?! Porque era assim: eu recebia encomenda hoje para entregar a camiseta amanhã”, conta.

A evolução das técnicas de estamparia no mundo e a tendência sustentável

Ao relembrar sobre sua vivência na época em que tinha a estamparia, Roberto comenta sobre as novas tendências e as novas técnicas, como a digital usada pelo Dropsimples. 

“Com todo respeito às técnicas manuais, mas eu acho que o digital trouxe uma outra dimensão para a estamparia. Por mais que eu não entenda muito de moda, eu acabo conhecendo inevitavelmente. A gente já fez umas 20 oficinas de estamparia no Instituto Rio Moda, já trabalhamos muito esse tema com profissionais incríveis, desde Renata Americano, que é maravilhosa, a Ju Pretti, que foi da Farm por muitos anos… E é um tema muito recorrente. Mas eu vejo que o digital realmente veio para ampliar, soltar as amarras da criação e permitir uma customização. Essa solução da Dimona, inclusive, vem muito como resposta a um espírito do tempo, a uma coisa do mundo. As pessoas querem produtos mais personalizados. Isso está na atmosfera, está no ar. Acho que o digital vem para permitir esse ganho de escala aliado à customização, a tal da customização em massa, que é falada há décadas, mas que hoje chegou”, ressalta.

Além disso, ele comenta sobre a questão da sustentabilidade e a tendência das pessoas a usarem apenas o que é necessário.

“Eu vejo uma tendência muito forte das pessoas comprarem menos, terem menos. Graças a Deus, porque o planeta não aguenta”, explica.

Um dos grandes desafios da indústria da moda é exatamente a questão da produção. Em muitos casos, itens são fabricados e não são vendidos. Essa lógica acaba impactando de forma negativa o meio ambiente de diversas formas.

Toda essa pegada ambiental e sustentável é algo importante na solução Dropsimples. Isso porque os produtos são feitos sob demanda e com a Silk Digital HD, uma técnica que usa tintas biodegradáveis, não emite dióxido de carbono e nem precisa de água para estampar as camisas.


Você pode conferir um pouco mais sobre a Produção Sob Demanda e seus Benefícios para o Meio Ambiente na nossa conversa com André Carvalhal: https://blog.camisadimona.com.br/2021/02/23/bate-papo-com-andre-carvalhal-producao-sob-demanda-e-seus-beneficios-para-o-meio-ambiente/