Por conta do coronavírus diversos músicos e profissionais da área de entretenimento tiram suas atividades canceladas por tempo indeterminado. Buscando diminuir os impactos financeiros causados pelo período, os integrantes da banda Amargô, estão promovendo ações online e prepararam um sorteio muito especial onde a Dimona está apoiando na confecção da camiseta.
Os prêmios do sorteio serão:
- 1 show acústico do Amargô na casa do sorteado;
- 1 passaporte VIP para o 10º Festival de Forró de Aldeia Velha;
- 1 camisa do Amargô confeccionada na Dimona.
Para participar, basta contribuir na página do sorteio: www.sympla.com.br/sorteio—amargo-na-sua-casa
Amargô é um grupo do gênero forró pé de serra, que se propõe ao estudo do forró, baião, xote, arrastapé, xaxado, recebendo influências inclusive, do samba, maracatú e ijexá. Nascido em 2018 na cidade do Rio de Janeiro – RJ, o grupo busca modernizar o cenário atual com suas músicas autorais e releituras características.
A pesar do pouco tempo de estrada o grupo já possui diversos prêmios na estrada e mesmo nesse difícil momento, permanece na busca de se manter firme. Entrevistamos a vocalista Thays Sodré para contar um pouco mais sobre a história da banda Amargô, seus integrantes e como está sendo esse momento atual. Então vamos lá!
1 – Como surgiu a banda Amargô, quem são os integrantes e um pouquinho da trajetória…
T. O “Carinhoso”, Vinicius Brandão, é um Sanfoneiro Biólogo, morador da Tijuca. Ele se formou em Biologia, mas decidiu ser músico, sanfoneiro.
O Rodrigo Guimarães, “Rodri Guimarães” é residente no Méier, enveredou pelos caminhos do direito, mas sempre amou percussão, desde que frequentou a primeira roda de samba.
E eu, Thays, sou de São Domingos do Capim – PA, a “Capital da Pororoca”, e vim ao Rio estudar agronomia na UFRRJ, mas o forró me escolheu, hoje moro na Tijuca também.
Todos tivemos outras bandas antes do Amargô.
A banda foi um processo, um namoro longo até virar casamento em 2018…
T. Eu (Thays) ainda integrante da banda Canto do Uirapuru, fui tocar num evento de forró “no chapéu” na Lagoa Rodrigo de Freitas, e lá, conheci o Rodri Guimarães. Depois fui convidada para fazer algumas participações no Forró Brasil, na Lapa, com a banda do Rodri, o Trio Mussambê, com Raízes do Sertão, Trio Pé de Serra…
Até que surgiu a oportunidade de abrir o show da banda Bastião lá no Forró Brasil, em novembro de 2016, eles lotavam a casa. Mas haviam um porém, a minha banda não tinha sanfona. E produtor disse: “- Ah, o pessoal aqui no Rio gosta de trio pé de serra, com triângulo, sanfona e zabumba. Você vem fazer a participação, mas precisa ser com um trio, com sanfona”.
E lá fui eu arrumar um trio. Os recursos de pagamento também eram escassos (risos), o Rodri aceitou fazer o show no Amor, tocando zabumba, Nicolas Pegado também aceitou fazer o triângulo, porque na época eu ainda não tocava, e por último, mas não menos importante, consegui recurtar o Carinhoso para a sanfona (achar alguém que aceitasse tocar um repertório “feminino” a apenas dez dias do show e por bem pouco dinheiro foi uma missão difícil).
Desde então, sempre que surgia um trabalho no Rio, ou na região dos Lagos em que nossas bandas de origem não podiam ir, nós nos falávamos e íamos.
Em março de 2017, tivemos um show onde a nossa interação foi como nunca antes, Tivemos uma sensação muito boa em fazer parte dessa equipe. Mas seguimos, ainda trabalhando com outros projetos, e o então “Thays Sodré Trio” como paralelo.
Um dia andando pelo “campus” Seropédica da UFRRJ, a Rural, no fim de 2017, surgiu o nome “Amargô” e todos concordamos em adotá-lo. Não me pergunte o que significa, porque é segredo de estado. Muitas pessoas acham estranho, ou falam que deveria ser “Adoçô” ou algo que remeta a doce, mas se conseguimos colocar um “por quê” na sua cabeça, acho que o nome cumpriu o seu papel.
Aí, vieram parcerias, live sessions e ensaios semanais. Então, em 2018, nós nascemos como Amargô, criamos nossas redes sociais, lançamos as live sessions com o novo nome e consolidamos espaços que já visitávamos com o nome anterior. E começamos a nos preparar para alçar outros voos.
Até que em 2019, decidimos nos preparar para disputar os festivais competitivos de Forró Pé De Serra. Nosso objetivo era especialmente o Festival Nacional Forró de Itaúnas – FENFIT – ES, que ocorreu em julho de 2019, por ser o maior festival no nosso segmento, no mundo, e consequentemente uma ótima vitrine.
Ainda no meio da preparação pro FENFIT, em junho de 2019, um amigo nos falou do Festival Forró da Lua Cheia, que acontece em Altinópolis – SP, e decidimos inscrever outra composição do Carinhoso e do Pedro, “Forró do Manguezal”, e fomos totalmente despretenciosos para o Festival,
Fizemos um show de 40 minutos, estava muito frio, e aproveitamos muito tudo aquilo, foi uma sensação muito boa. Haviam bandas bem mais conhecidas que nós, e na hora da premiação, não conquistamos nenhum dos prêmios individuais, já havíamos aceitado que não levaríamos nada, quando de repente… o produtor do festival anunciou no microfone:
– “A gente fica muito feliz quando uma banda vem de longe, apresenta um trabalho bonito, e faz questão de estar aqui… o prêmio de 1º lugar, banda vencedora do Festival de Forró da Lua Cheia, direto do Rio de Janeiro…. AMARGÔ!!!”
Gritamos, pulamos e ficamos muito felizes. E quando chegamos ao palco, outra surpresa: o prêmio de melhor música foi para “Forró do Manguezal”, e quando eu olhei pros meninos, eles estavam bastante emocionados. Foi um momento muito marcante pra gente.
No FENFIT, inscrevemos com a música “Até o Pé Virar Cotoco” de autoria de Pedro Vargas e Carinhoso (música que já tocou até em Berlin, apesar de ainda não termos gravado o nosso álbum).
Depois das eliminatórias regionais, nos classificamos entre as 24 bandas que disputaram em Itaúnas. Do FENFIT, trouxemos 2 troféus, Cantora Revelação e Melhor Intérprete, além de termos ficado entre as 6 melhores bandas do festival.
Bem… depois dos festivais, rodamos os estados de SP, ES, BA, MG, GO e DF, além do RJ, que é o nosso estado de residência.
Somos muito gratos a todas as pessoas que cruzaram o nosso caminho, e fazem parte da nossa história, viver de música é um tabu, pra muitas pessoas é um mito, não é considerada uma profissão “real”, mas na verdade, é uma profissão como qualquer outra, com menos direitos trabalhistas… (risos) por isso sempre buscamos nos organizar, e agir de maneira profissional. Ter parceiros, amigos, fãs, como vocês queiram chamar, nos ajudou muito, e esse carinho é recíproco.
2 – Como foi o impacto da pandemia pra banda?
T- O impacto no meio artístico em geral, foi muito grande e súbito, fomos os primeiros a parar, e provavelmente seremos os últimos a retornar, falo isso como classe artística. Para o Amargô, não foi diferente, também sentimos.
Estávamos numa fase ascendente como banda, com shows dentro e fora do estado do Rio de Janeiro. Então, de repente, a agenda está suspensa, e nem conseguimos sair de casa para ensaiar, todos falando da COVID-19.
Pensamos que em meados de maio, junho, tudo já haveria voltado ao normal, e teríamos as festas juninas, para nos recuperarmos desse baque, mas vai demorar um pouco mais para realmente conseguirmos voltar a uma realidade próxima do normal de antes, ainda mais para fazer bailes, que é a nossa principal fonte de renda. Onde as pessoas dançam abraçadas.
A banda tinha um capital de giro, que usamos geralmente para realizar nossas viagens, comprar equipamentos quando necessário, e estávamos nos preparando para entrar em estúdio para começar a gravar nossas músicas autorais, bem… precisamos redirecionar o propósito do nosso capital.
Mas o auxílio para profissionais autônomos proposto pelo governo, ajudou bastante, além do apoio dos outros membros das nossas famílias, não músicos, que puderam segurar um pouco mais as despesas nas nossas casas nesse tempo crítico.
3 – quais as alternativas que vocês encontraram e como surgiu a ideia do sorteio?
T- Ficamos algum tempo atônitos, tentando entender essa nova atmosfera, planejando repertório… tentando seguir o ritmo de antes. Mas começamos a ver que não seria assim.
Com a permanência da pandemia, ficou muito evidente que é preciso se posicionar na internet e ter uma presença digital, para que as pessoas que conhecem o nosso trabalho, e as que ainda estão por conhecer, vejam que nosso trabalho está mais vivo do que nunca.
Estamos com saudade do calor palcos, mas encontramos outras alternativas para estar mais próximo, gerando conteúdo. Passamos por um processo de reformulação da programação das nossas redes sociais, para que seja realmente um canal onde quem gosta do Amargô, e se identifica com música, arte e cultura, possa se encontrar.
Nos reunimos e pensamos no quadro “Dica do Dia”, que acontece no IGTV do nosso instagram @amargooficial e no nosso canal do YouTube, “Amargô”, onde a cada terça-feira, um de nós dá dicas de algo do nosso dia a dia, para que isso também possa facilitar a vida de quem nos acompanha,
Também estamos repostando a nossa história diariamente, lembranças dos nossos shows e momentos na estrada, resgatando esses momentos, e utilizando um material que muitas vezes tem qualidade e fica parado no HD, afinal… temos muitas histórias pra contar, e queremos compartilhar isso.
Também às quartas, decidimos convidar algumas pessoas que têm algo para compartilhar, pode ser um músico parceiro, compositor, dançarino, produtor, pessoas envolvidas com a cultura, para trazer um papo sadio e/ou fazer uma mistura, cada um tocando da sua casa.
E também pensamos no SORTEIO AMARGÔ NA SUA CASA, em formato de rifa, pois é uma forma de quem gosta e apoia o nosso trabalho contribuir nesse momento complicado. Então, pensamos no que nós podemos oferecer e no que os fãs gostariam de ganhar.
Assim, como prêmios, decidimos por:
- 1 show do Amargô, acústico, na casa da pessoa sorteada pós pandemia;
- Uma camiseta Amargô, pois muita gente quis quando fizemos uma primeira leva, na DIMONA, para a produção;
- E pro último prêmio, queríamos algo VIP, então pensamos no Josemar e no Festival de Aldeia Velha, que é uma tradição no estado. Ele foi muito solícito com a gente, e doou o VIP + Camping pro sorteio. E unidos, acreditamos que somos mais fortes, um ajuda o outro e ninguém solta a mão de ninguém.
Agradecemos a todos os que já contribuíram com a gente, seja patrocinando os nossos prêmios do sorteio, como a DIMONA ou o Josemar, ou amigos que compartilharam o sorteio, ou que já compraram. Muito obrigada, significa muito pra gente.
4 – Como a banda conheceu a Dimona
T. “No ano passado (2019), precisamos confeccionar algumas camisas, para a nossa turnê de final de ano pelos estados de RJ, BA e ES, e fomos parar na DIMONA. O funcionário Gutto, que também tem uma banda, atendeu a gente muito bem, e ficamos muito felizes com o resultado.
Como na época muita gente começou a comentar da camisa, então, pensamos, será que a DIMONA gostaria de ser nossa parceira nessa empreitada? É bom ser parceiro dos trabalhos que realmente gostamos. As lembranças fazem termos uma relação especial com nossos apoiadores, eles fazem parte da nossa história. “
Para a Dimona é uma honra poder participar dessa história. Nós que sempre estivemos vestindo a camisa de grandes eventos e das equipes, sabemos bem o forte impacto que o momento atual está causando. Mas assim como Thays disse, acreditamos que unidos somos mais fortes para superar isso tudo.
Para participar do sorteio da banda Amargô, basta acessar o link: https://www.sympla.com.br/sorteio—amargo-na-sua-casa
E quem quiser conhecer mais sobre a banda, seguem abaixo os links:
Instagram:
https://www.instagram.com/amargooficial/